segunda-feira, 14 de julho de 2008

quarto com vista para dentro (epifania do livro)

quarto com vista para dentro (epifania do livro)

era uma vez. era uma vez um quarto. um quarto de rostos esquecidos feito, com janelas para lado nenhum. um quarto onde o vento entrava pelas janelas e o sopro nas páginas abertas dava em qualquer palavra que enfim era o parágrafo do dia que habitava o quarto. o parágrafo era o das horas que não tinham minutos, do sol que não cabia na janela e por isso não temia a sombra azul que é como quem diz ser como esquecido, porque as palavras davam na mesma para frase sem o sol, a frase que, nada dizendo porque assim reduzida a si, às palavras todas juntas, na folha quase papel porque apenas papel e o vazio, era feita de palavras que não tinham mais lado nenhum a não ser aquela frase, aquele parágrafo, aquela folha, aquele livro, aquele quarto com vista para lado nenhum a não ser para dentro de si mesmo e por isso, para todo o lado sem nenhum lado. no parágrafo do quarto portanto, as palavras eram a janela que dava para o livro, no quarto à beira do fundo da casa, no fundo da noite, nas palavras sem frase nenhuma, só as palavras. porque só as palavras num quarto plantado no meio do verão, num lugar onde durante o dia só chegava a lua e durante a noite só chegavam as palavras que eram o sol em forma de livro aberto. porque só as palavras no quarto por fim sem parágrafos que era uma imagem de traços em arco-íris sem palavras, no fim do livro, na última página, que trazia na mão a criança que morreu depois, muitos parágrafos depois sem palavras dentro, com o livro dentro dos dedos, os dedos dentro do peito e o sol e a lua dentro dos cabelos da criança morta deitada sobre o chão do quarto dentro da casa no fundo do livro sem palavras nem mais parágrafos a seguir.

Sandra g.d.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

a apartar a partir do poema do público de Indianapolis / ouve-se depois o estardalhaço de um poema a cair no goto


Ring ring rang rang ranço ranço roce roce catalimbra boa tarde

In-di-a-napolis
que em português quer dizer- ring ring rang rang ranço ranço roce roce catalimbra boa noite ?qué pasa?

pelo reservatório vertical
encontra-se a nova linha de
dimensão da marmeleiramarmeleiraàsombradacolmeia
esculpida pelas doze bailarinas em ferro
xxxxtecido na vagem Isca-poluindo-se

In-di-a-napolis
que em português quer dizer - ring ring ring  xxxx((www.rong)

ao avistar uma paisagem de xixi gRRRrrRRRRr
pela fricativa do som adentro deve explicar-se
às crianças a involução da gravidade
em skydiving
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz (pfiuuu)

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In-di-a-napolis na polis in Dia fechar aspas
que em português quer dizer - pfiuuuuuuuu catacumba pumba poing
coluna endiabrada pelo bardo das tranças rapadas torcENDo-se

pro
)curar uma francisca pela con(fusão das cabe-ças alpinistas
a enrodilhar-se em nomes de bichos pro
)curados
(p
)el(o Sr. Foda-se (ei-lo)
que é surdo e por isso grita
(a) toda a gente por igual:
“Oi çalá!”

In-di-a-napolis no dIA de a pólis fechar pela envergadura das costuras suturadas
no negrume devasso do tecido tangente que em português quer dizer -

ring ring xxxxx ninguém atende do outro lado da parede mouca

Oiça cácaracaca!

domingo, 6 de julho de 2008

a partir do poema do público de Indianapolis

Ring ring catalimbra boa tarde

In-di-a-napolis
que em português quer dizer-

pelo reservatório vertical
encontra-se a
dimensão da marmeleira
esculpida pelas doze bailarinas em ferro

In-di-a-napolis
que em português quer dizer -

ao avistar uma paisagem de xixi
deve explicar-se às crianças a involução da gravidade
em skydiving

In-di-a-napolis
que em português quer dizer -

procurar uma francisca pela confusão das cabeças alpinistas
a enrodilhar-se em nomes de bichos procurados
pelo Sr. Foda-se
que é surdo e por isso grita toda a gente por igual:
“Oiça lá!”

In-di-a-napolis
que em português quer dizer -

Oiça cá!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Poema do Público de Indianapolis

Ring ring catalimbra boa tarde
In-di-a-napolis
Vertical
Reservatório
Marmeleira
Doze bailarinas
Vastidão
Crianças
In-di-a-napolis
Skydiving
Cabeça
Xixi
In-di-a-napolis
Sr.
Dimensão
Oiça lá! Foda-se
Involução
Gravidade
Paisagem
Xixi reservatório de crianças
Reservatório
Al-pinista
Francisca bicho
Involução
Foda-se
Ferro
Marmeleira
Confusão


(este é um poema colectivo resultante do conjunto de todas as palavras "apanhadas" pelo público durante a performance Indianapolis.
as aranhiças & elefantes agradecem, com todas as suas patas e patitas, ao público da performance Indianapolis, ao Salão 40 e ao CITAC)