para a Alberto (hoje, a urbepoeta)
depois da carta bebe-se o vinho e fotografa-se um corpo. pouco importa se se continua vivo. tem é que escrever uma carta e referenciar um instante de maior lucidez como se as radiografias fossem espelhos manchados e finos papéis que amareleceram. se entrançar uma dúzia de maldições os copos estilhaçam e há a certeza de sobreviver transumantemente cantando como se a escrita fosse um ofício tumular. apud estrelas. cintilaria se os barcos fingissem afundar e o corpo gerasse uma própria fenda. assim, já que se iluminam os pulsos porque não por-me a morrer em sal. eis-me com a inutilidade do meu próprio inferno. outros poemas, nada de especial. um programa de música de dança e atordoam-se os girassóis numa qualquer parte da cidade.são os gatos que desfalecem quando são necessários. é preciso encontrá-los antes que seja tarde.a cidade exige urgência nas frontes e soluços incorruptos e a tolerância do hidrogénio dos respiradouros. há um cartaz colado na face polida de Esopo. com andorinhas secretas e pomares recheados.deixa que o corpo seja solar porque os gnomos partem cedo para a morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário